Falar obscenidades durante o sexo ajuda a aumentar prazer

Olhar, tocar e cheirar são os artifícios mais comuns na hora do sexo para dar e receber prazer. Mas como os cinco sentidos foram feitos para serem explorados ao máximo, porque não falar também? Segundo especialistas em sexualidade, pronunciar obscenidades durante o ato sexual ajuda aumentar o prazer, desde que homem e mulher estejam na mesma sintonia.Para quem curte este tipo de estímulo, vale tudo: pedir que o parceiro ou a parceira faça determinada posição, dizer o que está sentindo e até falar palavrões. "Tudo depende do acordo existente entre quatro paredes, mas para os casais, em geral, falar e ouvir sobre fantasias é muito estimulante•, diz a terapeuta sexual Luciane Machado Secco, do Instituto Paulista de Sexualidade. Ela acredita que muitas pessoas têm uma enorme vontade de falar obscenidades durante a transa, mas pelo medo do julgamento do outro, não o fazem. "Questões culturais e sociais influenciam as pessoas de forma negativa quando o assunto é sexo", diz.

Não é difícil entender porque muitos homens e mulheres têm receio de falar tudo o que lhes vêm à cabeça na cama. Quando uma das partes não está de acordo, ouvir obscenidades pode causar conflitos entre o casal. Nestes casos, o que é excitante para um soa como ofensa para o outro. O contabilista Marcos, 23 anos, revela que gosta tanto de falar quanto de ouvir expressões picantes quando está na intimidade com sua namorada. "No começo da relação isso ficava somente na imaginação, mas aos poucos nos soltamos e agora gostamos de criar um clima bem excitante", conta. O impasse de muitos casais pode ser o tipo de linguagem usada.

Enquanto as mulheres preferem palavras mais românticas, os homens apelam para um vocabulário bem mais sacana, inclusive baseados no que vêem em filmes eróticos. Elas preferem frases do tipo "eu te amo'. 'você é demais', ao passo que eles gostam de ter sua masculinidade ressaltada, que a parceira se coloque como propriedade sua ou finja estar sendo estuprada, por exemplo. "Não gosto muito de palavras obscenas na cama.

 

Acho que os gestos são mais importantes", diz a dentista Raquel, 28 anos. No entanto, ela afirma saber da excitação que as palavras causam à maioria dos homens. "Existem os que gostam e cobram, mas prefiro muito mais um olhar penetrante, ressalta.
A terapeuta Luciane destaca que falar palavrões não traz nenhum dano para a relação se existe uma boa comunicação entre o casal. "Não dá mais para separar as fantasias entre homem em mulher, já que os dois são cúmplices na busca pelo prazer", diz. Há mulheres que não gostam de ouvir obscenidades porque se sentem como objetos. "A maioria foi educada com muita repressão e só agora está havendo uma liberdade maior para expressar a sexualidade sem ser tachada de 'prostituta' como ocorria antigamente", lembra Luciane.


Peculiaridades


Na opinião do psiquiatra paulistano Moacir Costa, autor do livro "A Pílula do Prazer", a sexualidade deve ser encarada como algo muito peculiar, já que existe uma linha tênue entre o que pode ser considerado normal ou patológico. "Adotar jogos sexuais exige saber das pessoas envolvidas qual seu grau de preconceito. Se o casal tiver um bom entrosamento, os palavrões apimentam ainda mais, caso contrário terão o poder de esfriar o ato sexual", observa. Costa ressalta que não adianta a mulher ou o homem tomar atitudes forçadas porque não vão acrescentar nada ao sexo e sim estar sujeitos a frustrações.


Abrir o jogo


Se a mulher se sente agredida com os palavrões pronunciados pelo parceiro na cama deve abrir o jogo. Ninguém tem "obrigação" de corresponder às fantasias da outra pessoa. Outra dica de sexólogos para as mulheres é tomar cuidado com o que é falado para o homem para que ele não se sinta incapaz de satisfazê-Ia da forma como ela fantasia e com isso perca a ereção, por exemplo. Frases e palavrões devem ser fonte de estímulo e não servir para futuras acusações, como forma de culpar o parceiro por ter revelado suas fantasias na hora do sexo.


Silêncio total é problema


Se a idéia de falar obscenidades na hora do sexo não agrada a um ou outro parceiro, ficar em silêncio pode denotar falta de comunicação entre o casal. "Independente dos palavrões, dizer o que gosta e compartilhar com o outro seus desejos é importante para a relação sexual", afirma a psicóloqa rio-pretense Maria Jaqueline Coelho Pinto, do Projeto Sexualidade da Faculdade de Medicina de Rio Preto (Famerp). Na opinião dela, o diálogo na cama é fundamental para que homem e mulher possam se conhecer melhor. Maria Jaqueline conta que já teve uma paciente que só conseguiu atingir o orgasmo ao ser chamada por palavrões pelo marido. "O problema é que ela nunca teve coragem de revelar isso ao companheiro", conta. A psicóloga recomenda o bom senso. "É preciso perceber até que ponto o outro suporta ouvir obscenidades. Tudo depende de como o casal desenvolve sua habilidade de comunicação", diz. Parceiros sexuais devem ter em mente que é importante fugir de situações embaraçosas, já que uma das partes pode considerar ridículo o que o outro diz nos momentos de excitação. Aumentar o desejo com palavrões ou "propostas indecentes" funciona como estabelecer um código para a intimidade do casal, que pode se transformar em grande fonte de prazer.

 

Serviço: 
Maria Jaqueline Coelho Pinto, psicóloga integrante do Projeto Sexualidade, da Faculdade de Medicina de Rio Preto, fone (17) 232 7795 Luciane Machado Secco, terapeuta sexual, fone (11) 3486 2373 
Moacir Costa, psiquiatra autor do livro "A Pílula do Prazer', e-mal: drmoacircosta@uol.com.br 

Fonte: www.diarioweb.com.br

 

Pós Graduada em Terapia Sexual pela SBRASH

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Luciane Secco

Terapeuta Sexual

A terapia tem como objetivo, dentre outros , a ampliação da consciência e o auto – conhecimento tornando possível l ao indivíduo a perspectiva de novos caminhos.

Luciane Secco na Mídia